Tema Integrador: “Multiculturalidade e Sustentabilidade”

 

Multiculturalidade e Sustentabilidade

“Essa coisa da multiculturalidade é uma utopia” ouvi ou li algures. Um desafio será, certamente, mas quando vamos atendendo aos dados da demografia (natalidade, pirâmide etária invertida, aumento da esperança média de vida…) facilmente reforçamos a realidade que já hoje se nos apresenta: precisamos dos imigrantes e parece que os nossos emigrantes também fazem falta. Quando digo “precisamos” assumo a sua componente oportunista (mais crianças, mais mão-de-obra disponível, mais contribuintes), mas principalmente defendo a sua integração no respeito mútuo de costumes e idiossincrasias.

A História da Humanidade, desde a antiguidade foi caracterizada por guerras entre impérios; hoje continua a ser, mas a um outro nível, o económico-comercial, daí a importância que a espionagem industrial assume. Mas hoje não há guerra? Infelizmente há, mas não de forma tão acutilante como no passado. Podemos constatar, por exemplo, que a diabetes mata hoje mais do que todos os conflitos ainda existentes. Por outro lado, também as epidemias se têm mostrado controláveis, ao invés do que aconteceu quando os europeus espalharam os seus vírus por todos os continentes, dizimando civilizações (como foi o caso da varíola).

Repito: a multiculturalidade será por certo um desafio, mas será inevitável e, mesmo assim, o Homo Sapiens que começou por ser animista, passou a teísta (politeísta ou monoteísta) e, a partir dos dois últimos séculos, encontrou um novo Deus: ele próprio. A partir daí a natureza passou a ser usada para satisfazer os caprichos dos humanos, ao ponto de se colocar em dúvida a continuidade da espécie no nosso planeta.

O Humanismo como nova religião cega-nos e não nos permite ver em perspectiva, ”Logo se verá…”. O “Logo” é hoje e só um esforço brutal contracorrente que nos permitirá habitar confortavelmente a Terra. Temos de nos desformatar, conhecer bem a História para dela nos libertarmos e darmos espaço a novas mundivisões. A zona de conforto em que cada um de nós ainda vive, é também ainda um grande adversário à mudança. Será que Agostinho da Silva tinha razão quando referia que o futuro do Homem passa por aprender a viver no ócio? Mas como? Com a inteligência artificial a gerir as nossas necessidades numa nova, quiçá perigosa, “dependência”?

Acredito no Homem e na sua capacidade de partilhar dificuldades; cabe à Escola Humanizar o Homem, “ensinar Humanidade” como referiu o Papa Francisco.

Teremos por certo um ano muito rico em aprendizagens, através do envolvimento de alunos, professores e famílias no Conhecimento, na Criatividade, na cumplicidade, na Colaboração, na Comunicação, na Crítica a uma realidade em rápida mudança. E não esqueçam: “Mais Saber, Mais Valer”.

Um Excelente ano letivo para todos!!