“Só foco ou sufoco no sucesso?”

 

Num momento em que comemoramos 50 anos, considerámos que este era um momento especial para, como escola que promove o espírito crítico, nos construirmos – toda a Comunidade Educativa -, verdadeiramente, como a “tal” aldeia que é necessária para educar uma criança, um jovem.

Atentos às mudanças do mundo e totalmente crentes – cito Maria Ulrich, já em 1954 – de que “o mundo de hoje depende da juventude, nesta rapidíssima evolução que ele está sofrendo”, percebemos a urgência de refletir, em particular, sobre o que corresponde, de facto, às verdadeiras necessidades dos nossos jovens e os realiza plenamente nesta sua relação com a realidade. Nessa medida, considerámos importante perceber o conceito de sucesso que perseguimos nos tempos da modernidade. Aliás, o que entendemos por sucesso? Qual a importância que assume na nossa vida? Um foco ou um sufoco?

Assim, no dia 19 de janeiro, no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, os dados foram lançados em torno da provocação “Só foco ou sufoco no sucesso?” para que, através da diversidade de saberes, tivéssemos a oportunidade de nos enriquecer e crescer, ainda mais, neste nosso gosto por educar a Pessoa, atentando às suas diferentes dimensões, à sua totalidade.

Assim, da parte da manhã, contámos com dois painéis – “O treino ideal do cérebro” e “A arte de ser engenheiro de si próprio” –cujos oradores foram Alexandre Castro Caldas, Joana Rodrigues Rato, Simão Almeida e Ana Bispo Ramires. Além disso, tivemos a oportunidade de partilhar os nossos projetos que traduzem o nosso desejo de educar de forma integral.

Da parte da tarde, tivemos mais dois painéis – “O poder da arte no sucesso” e “A realidade como aliada do sucesso” – que, mais uma vez, foram dinamizados por especialistas de diferentes áreas e que passamos a enumerar: Rui Vieira Nery, António Duarte, João Almeida, Mariana Pereira da Silva e Henrique Leitão.

Após um dia intenso, na multiplicidade de olhares propostos, reforçámos a ideia de que a tarefa de educar é, claramente, o nosso grande desafio, já que implica, sempre, um verdadeiro interesse pelo outro e o estabelecimento de uma relação significativa em que o outro se possa sentir verdadeiramente acolhido para trilhar o seu próprio caminho.

E o sucesso? Como se define? Um foco ou um sufoco?

Terminámos sem respostas definitivas e receitas no bolso. Terminámos, sobretudo, com uma vontade imensa de seguir o conselho de Agostinho da Silva: “Temos, sobretudo, de aprender duas coisas: aprender o extraordinário que é o mundo e aprender a ser bastante largo por dentro, para o mundo todo poder entrar.”

A todos, obrigada por terem estado presentes. E até ao próximo Encontro!

De Sónia Capela Pisco