Sonetos Astronómicos
Ensinar e Aprender são dois processos de criação, intrinsecamente ligados, mas bastante distintos.
Formalmente, o professor tem a seu cargo ensinar, tendo como objetivo que os alunos aprendam. Contudo, não é obrigatoriamente válido de que o que é ensinado é sempre aprendido, assim como se pode aprender sem que haja um professor no exercício da sua função.
Ensinar é transmitir informação dentro de uma dada área do saber, é proporcionar novas experiências, orientar e indicar possíveis caminhos. Aprender é transformar essa informação em conhecimento, é apropriar-se de novas perspetivas sobre si e sobre o Mundo, é multiplicar e aventurar-se em novos caminhos. Na minha visão, é neste paradigma que o binómio Ensinar-Aprender assume a sua verdadeira natureza orgânica entre o professor e o aluno: ambos se ensinam e se aprendem, mutuamente.
Pessoalmente, dá-me imenso prazer entrelaçar os meus conhecimentos em diferentes áreas. Aborrecem-me as “caixinhas” de matérias, em que o salto qualitativo da nossa visão sobre Mundo nos é limitado. Gosto de semear a Biologia e Geologia na Literatura; transpô-las para terrenos criativos das Artes – Desenho, Cinema, Dança, o que quisermos!; juntar funções, pontos de ebulição e estruturas químicas, ampará-las nos braços da História. Gosto, verdadeiramente, desta imensa liberdade de construir um conhecimento holístico, ao invés de uma fragmentação de temas.
É neste sentido que este desafio dos “Sonetos Astronómicos” surge nas turmas do 10oA e 10oB. Proporcionar aos alunos uma reinterpretação das matérias programáticas das aulas de Biologia e Geologia e Português, de um modo criativo.
Para a realização dos sonetos, foi proposto aos alunos que fizessem uma pesquisa bibliográfica sobre um determinado corpo celeste do Sistema Solar e, a partir dessa informação, a transformassem num soneto.
O resultado? Uma delícia poético-científica!
Ivo Meco
Professor de Biologia e Geologia