Sucesso Estrondoso no Recomeço do Ciclo de Conferências da Cátedra do Tempo Presente
“Os Desafios Estratégicos da Plataforma Continental”
Presença no Colégio do Almirante António da Silva Ribeiro
Na quinta-feira, 23 de outubro, o auditório do Colégio Campo de Flores encheu-se para ouvir o Sr. Almirante António da Silva Ribeiro. O Ciclo de Conferências da Cátedra do Tempo Presente não podia ter começado melhor: tantos jovens, tantos pais, tantos avós, como bem observou o nosso convidado, para ouvir de um tema, de um problema, de uma esperança que irão, sem dúvida alguma, desafiar-nos a todos nos próximos tempos.
O Sr. Almirante António da Silva Ribeiro não podia ter sido mais claro, quando afirmou e explicou que os desafios estratégicos da plataforma continental estão aí logo à nossa porta. Já em 2016 teremos de dar a nossa resposta à Comunidade Internacional, a começar pelas propostas de parceria que ofereceremos e de soberania que defenderemos.
A sessão começou com as palavras de boas vindas dirigidas pelo Dr. João Rafael de Almeida, diretor do Colégio, ao palestrante e a toda a assembleia, na qual se destacava também a forte presença de professores dos grupos de geografia e economia.
O Dr. João Rafael de Almeida começou logo por destacar a ideia de “estratégia” que, segundo ele, se encontraria no centro da exposição que se seguiria e que deveria estar sempre no centro da nossa vida coletiva.
Foi nos momentos extremamente agradáveis de conversa que antecederam o início da conferência, em que um grupo muito simpático e animado de alunos do Campo de Flores recebeu o Sr. Almirante Silva Ribeiro e o Professor Doutor Reginaldo de Almeida, Coordenador da Cátedra do Tempo Presente, que o Dr. João Rafael de Almeida disse ter-se inspirado para nos sugerir a todos que estivéssemos atentos a este conceito de “estratégia”. Como reparou o Diretor João Rafael, tem faltado, lamentavelmente, estratégia na vida dos portugueses.
De facto, o Sr. Almirante Silva Ribeiro é, para além de um militar de alta patente da nossa Marinha, altamente condecorado, um especialista em Estratégia e Professor desta especialidade nos Altos Estudos Militares.
Foi na qualidade de cientista e homem do conhecimento que Sr. Almirante nos deu a mais brilhante lição de História de Portugal e do Mar.
Realmente, não deixa de ser estranho que os assuntos relativos ao Mar se tenham vindo a resumir a curiosidades relacionadas com as praias, às constantes aflições e queixas dos nossos pescadores e às belezas naturais da nossa costa marítima.
O convidado conseguiu efetivamente explicar-nos com grande clareza o porquê de todo este silêncio. Ao mesmo tempo, ensinou-nos de forma metódica e simples o que de essencial temos de conhecer sobre o assunto para podermos estar à altura dos desafios que aí vêm.
Ficámos também a saber que a Marinha Portuguesa e o Instituto Hidrográfico Português, de que o Sr. Almirante foi Presidente até há alguns meses atrás, têm feito o que lhes compete: mapear, cartografar e estudar o fundo do mar que estará sob a nossa jurisdição em 2016. Felizmente, parece que, ao contrário da ideia por aí divulgada de abandono e depauperamento da nossa Marinha, temos ao nosso serviço dois excelentes navios oceanográficos, equipados com a mais avançada tecnologia e com técnicos e cientistas de ponta.
O trabalho tem sido feito e, segundo o nosso conferencista, iremos apresentar às entidades competentes a nível do Direito Internacional argumentação sólida e consistente para defender os nossos legítimos direitos e interesses.
O Sr. Almirante comparou este desafio coletivo aos tempos de Tordesilhas e ao esforço dos nossos exploradores de África que deram o nome a tão afamadas ruas de Lisboa: Serpa Pinto, Roberto Ivens, Hermenegildo Capelo, António Maria Cardoso, Anchieta e tantos outros.
O Colégio Campo de Flores quer cumprir a sua função plena de educar para a vida e de apetrechar o nossos jovens para o mundo global do século XXI. Por isso, não vira a cara para o lado quando o desafio é preparar os nossos alunos para saberem viver num Portugal que vai passar a ter uma área efetiva equivalente ao tamanho de toda a Índia.
Ficaram estupefactos? Nós também! Mas esta é a verdade.
A conferência deu ainda lugar a uma série de perguntas às quais o Sr. Almirante respondeu com convicção e espírito crítico.
Fica agora o desafio para os nossos jovens do secundário: façam os vossos relatórios do projeto Pensar Global e procurem saber mais para puderem intervir na defesa dos vossos direitos e superiores interesses.